sexta-feira, 27 de março de 2015

Vida de Mestrando #01 - Como entrei no Mestrado


Mais um post dessa série de textos sobre a Vida de Mestrando (se você ainda não viu o post anterior, pode clicar aqui) e, dessa vez, quero escrever sobre como foi meu caminho até ingressar no mestrado. Novamente, volto a enfatizar que não quero me mostrar como um exemplo a ser seguido, acredito apenas, que para aqueles que estão com dúvidas em como pode ser esse processo, saber os passos de uma outra pessoa, possa ser algo interessante (por experiência própria).

Eu sempre achei interessante a ideia de ser um pesquisador (ou cientista, quando criança). No ensino médio, meus idolos eram personalidades como Einstein, Stephen Hawking entre outros. Dessa forma, não é de se estranhar que no 3º colegial eu tinha dúvidas entre prestar vestibular para Física ou Ciência da Computação.

Optei pela Física. Fiz provas para as 4 universidades públicas mais conhecidas aqui no estado de São Paulo - USP, UNICAMP, UNESP e UFSCar - sendo que o único curso diferente foi na USP, Física Computacional, o qual tive a alegria de ser aprovado.

Einstein e Stephen Hawking

Até então tudo estava muito bom. Eu estava em uma excelente universidade e ainda tinha conseguido juntar a Física com a Computação, e parecia mesmo que meu destino seria seguir a área acadêmica. Mas (o que seria de uma boa história se não tivesse um "mas"), depois de 2 anos as coisas começaram a mudar um pouco. Eu estava desmotivado e, por causa de alguns problemas pessoais, decidi trancar o curso e voltar para minha cidade.

Como eu poderia manter minha matrícula trancada por 2 anos, resolvi começar um novo curso em uma universidade particular da minha cidade e ingressei no curso Sistemas de Informação. Nessa época eu já não estava tão entusiasmado em seguir carreira acadêmica. Todos meus colegas de turma trabalhavam em empresas ou buscavam emprego em uma. Assim, no final do meu 1º ano, um colega me indicou para uma vaga de suporte técnico em uma empresa de informática.

Fiquei um pouco mais de 1 ano nessa empresa. Comecei como suporte técnico e depois passei para programador. Mas (a vida é uma caixinha de surpresa, e numa bela manhã de sol) aquela velha vontade de seguir carreira acadêmica voltou a crescer em mim, e foi fortalecida com os conselhos de um professor que me incentivou a escrever um projeto para o congresso científico da faculdade. No final do meu 2º ano de SI, então, estava eu novamente interessado em ser um pesquisador/professor. Agora, porém, eu tinha decidido que não queria mais a Física, meu caminho era mesmo a Computação.

O caminho para um mestrado, em universidades particulares, pode não ser tão natural assim. Não é regra, mas a maioria das universidades particulares formam os alunos com uma visão mais voltada para o mercado de trabalho, diferentemente das universidades públicas, que tem um incentivo maior a pesquisa. Eu não estava disposto a voltar para a USP. Eu gostava dos meus professores e da faculdade, e tinha me decidido a continuar na computação. 

Eis então, que numa bela manhã de sol, que no início do 3º ano, em uma reunião entre alguns veteranos e os bixos, um veterano que estava fazendo Iniciação Científica em um laboratório de biologia na UNESP, na área de Bioinformática, me disse que eles estavam procurando por mais um aluno. Topei na hora e marquei uma reunião com a orientadora.

Assim, sai da empresa e fui para o laboratório. No início eu não tinha nenhuma remuneração, o combinado seria que escreveríamos um projeto e tentaríamos uma bolsa na FAPESP (vou escrever um post explicando as bolsas de pesquisa). Pude passar por esse período graças a minha família que sempre me apoiou e que me possibilitaram passar um tempo com o "Paitrocínio". Pensávamos nesse período como um investimento para que eu pudesse ter uma oportunidade de ingressar em um mestrado posteriormente (o que realmente se concretizou mais tarde).

Escrevemos o projeto e consegui uma bolsa de Iniciação Científica.  Durante esse período, cresci muito com o contato com os outros pesquisadores do laboratório e pude escrever vários trabalhos para eventos científicos. Ao final da IC, e também com a conclusão da minha graduação, estava no momento de eu tentar ingressar em algum programa de Pós-Graduação.

Como fiz minha IC na área da Bioinformática, fiquei na dúvida se me candidataria para programas na Biologia ou na Computação. Acabei optando pela Computação. Então, juntamente com minha orientadora, fomos conversar com um professor no departamento de computação, ao qual me apresentei e contei sobre o caminho que gostaria de seguir. Esse professor (que hoje é meu orientador)  me orientou a me inscrever no programa de seleção para o mestrado.

Basicamente, e na maioria dos casos, o processo seletivo para um programa de Pós, consiste em uma prova de conhecimentos e uma entrevista. Dessa forma, passei por essas etapas e fui selecionado para ingressar no mestrado em Ciência da Computação. E eles viveram felizes para sempre!
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Esse post ficou bem grande, mas acredito que deu para se ter uma ideia de como pode ser uma alternativa para ingressar em um mestrado.

Acredito que o principal seja você decidir pelo que quer e buscar pessoas e contatos que te auxiliem. Duvidas no decorrer do processo são normais (eu tive muitas). Pude, nessa caminhada, trabalhar em empresas e em laboratórios, o que, ao meu modo de ver, me ajudou a tomar a decisão de qual caminho seguir.

Não hesitem em entrar em contato comigo caso queriam trocar uma ideia sobre o assunto.

Até mais,

Dih Negretto

Um comentário:

  1. Você sabe quais são os critérios para a seleção no mestrado? claro, além do projeto de pesquisa. Pois estou tentando enriquecer meu lattes e preciso tirar essa dúvida. Obrigada e legal o post :)

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